Cálculo renal é um sintoma, uma consequência de uma doença responsável pelo seu aparecimento. Sendo assim devemos entender que a cirurgia retira o cálculo, mas não a tendência que o paciente tem em produzi-los. Com isso o risco de recidiva permanece alto.
Nós do CBU – Centro Brasileiro de Urologia realizamos mais de 70 cirurgias para tratamento de cálculos renais por mês e acreditamos que devemos tratar a doença metabólica que os originou e não apenas retirar as pedras. Assim conseguimos fornecer ao paciente um tratamento mais completo deixando-o livre dos cálculos e evitando recidivas.
Os Cálculos renais são compostos em sua maioria por cálcio, sendo o cristal de oxalato de cálcio responsável pela maioria deles.
Outros tipos de cálculos são formados por fosfato com cálcio , ácido úrico ou estão relacionados a infecção urinária podendo dar origem a cálculos coraliformes (grandes cálculos renais que podem ocupar todo o sistema coletor, composto de estruvita ou fosfato amoníaco magnesiano).
Todo paciente com história de litíase deve ter ao menos um cálculo submetido à análise cristalográfica (estudo bioquímico do cálculo renal). Assim iremos descobrir do que o cálculo é composto e poderemos orientar medidas mais eficientes para prevenção.
Vários fatores de risco contribuem para a formação de cálculos renais, que incluem a história familiar, sendo 2,5 vezes maior em indivíduos com antecedentes de casos na família; a idade; a raça; elevação de ácido úrico; índice de massa corporal (IMC) >30Kg/m2, a presença de diabetes mellitus; síndrome metabólica e hábitos alimentares inadequados.
Os cálculos renais podem estar associados a outras doenças como:
Hiperparatireoidismo
Acidose tubular renal
Doença de Crohn
Bypass intestinal
Ressecções intestinais
Síndrome de má absorção
Sarcoidose
Hipertireoidismo
Cistinúria
Hiperoxalúria primária
Infecção urinária
A infecção do trato urinário pode ser causada por diferentes microrganismos. Alguns tipos de bactéria (Proteus, Pseudomonas, Klebsiella, Staphylococcus) são produtoras de urease. Essa enzima é responsável pela degradação da uréia em amônia, o que leva a um aumento do pH urinário. O pH se tornando alcalino favorece a precipitação de cristais de fósforo, amônia e magnésio e a formação do cálculo chamado estruvita ou fosfato amoníaco magnesiano.
Alguns medicamentos aumentam o risco de cálculos reais como:
suplementos de cálcio
suplementos de vitamina D
ácido ascórbico em altas doses (mais de 4 g/dia)
laxativos
acetazolamida
sulfonamidas
indinavir
furosemida
É importante ressaltar que os medicamentos acima não são contraindicados em pacientes formadores de cálculos, mas devem ser usados com cautela neste grupo de pacientes.